quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Me dê algo a mais

Completo o copo com conhaque, acendo mais um cigarro, e me ajeito no sofá.
Entre uma tragada e um gole, sinto meus olhos arderem.
Às vezes a impressão que tenho é a de que vou explodir e virar milhares de moléculas, sem importância alguma.
Às vezes eu não tenho a mínima vontade de seguir em frente.
E na maioria dessas vezes, é porque eu não encontro um motivo, uma razão para continuar.
Me desculpe se a sua idéia de felicidade é medíocre, a minha não é.
Felicidade pra mim não é encontrar o amor da minha vida, e viver feliz para sempre lavando roupa e cuidando dos filhos.
Eu quero um veneno anti-monotonia (como já dizia o poeta), quero mudanças, quero diferenças, quero espetáculos, quero viver, quero morrer, quero ressuscitar.
Quero fechar os olhos, e enquanto o filme da minha vida passar na minha mente, eu ter certeza de que valeu a pena. De que todos os sacrifícios serviram para algo, de que não foi em vão, de que eu venci, e da maneira errada, pelo caminho mais difícil, escolhendo o lado mais complicado.
E não importa se daqui a alguns anos eu continuar na mesma situação financeira, não importa se eu nunca puder conhecer a tão adorada Inglaterra. Eu só preciso de musica e um motivo pra continuar.
Não quero me perder na ilusão de uma felicidade inventada.
Nada nunca vai ser perfeito ou fácil, aceite isso e me dê mais um cigarro e mais um gole, por favor.

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