quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Passarinho
O que fazes aqui?
Pousaste em minha janela
Alegraste-me com tuas cores
Envolveste-me com tua presença

Ah, passarinho
Se tu soubesse de tua beleza
Entenderia o porquê do meu olhar
Quando surges do horizonte

Ah, passarinho
É tão bom te ouvir cantar!
Teu canto encantou-me de tal forma
Que tomaste conta de meus pensamentos

Ah, passarinho
De onde vem esse teu jeito?
Tão cheio de defeito
E ao mesmo tempo tão perfeito...

Ah, passarinho
Por que estás indo embora?
Logo assim,
Logo agora

Ah, passarinho
Por favor, não se vá!
É tão bom te ver
E as manhãs não serão as mesmas sem o teu cantar

Ah, passarinho
Não me faça chorar!
Hei-me rendido ao pranto
Na certeza de um vazio que virá

Ah, passarinho
Mas quem sou eu pra te prender?
Tens muito céu pra voar
Tens muitos mundos a desvendar

Mas ah, passarinho
Eu só lhe peço, por favor
Não te esquece de mim
Quando em outra janela pousar.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Garotinhas de vida fácil. Eu sou uma delas. Pague a conta do bar com o dinheiro que pegou com teus pais, cante um blues triste mentalmente e engula comprimidos pra tua dor de cabeça permanente, como um curto circuito no cérebro. Vinho com cigarro. E você espera um milagre enquanto lê poesias sobre almas fodidas como a tua. Espera por uma compreensão, espera por um corte que sangre bastante, espera que a morte seja como um golpe de prazer. Espere até não aguentar mais e enquanto isso, torre a grana que você tem pra abusar de todos os prazeres baratos que você precisa pra aguentar a barra. Tu ouve as velhas músicas em busca de alguma coisa, mas isso não é nada. Siga em frente com os pés mal tocando o chão e arranje um precipício razoavelmente alto pra queda valer à pena. Às vezes é mais difícil engolir a tristeza quando você é uma de nós. Cínicas, mimadas, bem educadas e com sorrisos no rosto, sempre que é apresentada a algum amigo babaca do teu pai, enquanto pensa em como vai cuidar da ultima encrenca em que tu se meteu com um cara parecido com esse..
E no fim, serão apenas palavras. Apenas gestos vagos e histórias vazias. No fim não existirá esse elo e essa solidariedade que tanto se almeja nos dias mórbidos que se invadem pela chama da emoção adolescente e inconsequente que causa vontade voar, e os casos serão até esquecidos. No fim, meu amor, serão apenas babacas disfarçados de bons amigos.